Como conhecer os Vales Sagrados de Cusco


Em apenas um dia em Cusco é possível conhecer as atrações centrais, mas para mergulhar mais profundamente na cultura e história Inca, é preciso sair um pouco da cidade e conhecer os Vales Sagrados. Nas regiões que estão às margens do Rio Urubamba (ou Rio Vilcanota, que é a mesma coisa) encontram-se várias cidades e sítios arqueológicos, que foram considerados sagrados pelos Incas devido a água abundante e um clima adequado para a agricultura.

É preciso pelo menos dois dias para conhecer os Vales mais importantes, são passeios de um dia inteiro, passando por povoados, conhecendo os arredores e um pouco mais da cultura e história Inca.


Mapa dos principais Vales Sagrados da região do Rio Urubamba


O tour dos vales sagrados - Informações


Primeiramente é preciso comprar um Boleto Turístico que dá acesso à entrada dos Vales. Estudantes pagam 70 soles pelo boleto completo e os demais pagam 130 soles. Esse ticket dá acesso a 16 atrações, entre elas as atrações do Vale Sagrado e às atrações do City Tour de Cusco. Mas se você quiser fazer apenas o circuito do Vale Sagrado é só comprar o bilhete parcial que custa 70 soles, mas para isso tem que fazer os dois vales em dias seguidos. O bilhete pode ser comprado na chegada ao primeiro Vale Sagrado, eles então datam o seu bilhete e, guarde-o, pois você precisará dele para entrar nos próximos Vales.

O transporte até o Vale sagrado não está incluído no valor desse Boleto Turístico, é preciso contratar uma das agências espalhadas pelo centro histórico, e sai em torno de 25 soles, por dia, o transporte com Guia. Veja ainda com a empresa de incluir ou não o almoço, já que o tour leva o dia todo e há paradas para almoço em restaurantes típicos peruanos.


PRIMEIRO VALE SAGRADO - MARAS e MORAY


O tour começa às 9h da manhã saindo do centro histórico de Cusco. Um ônibus com outros turistas de todo o mundo e um guia em espanhol. A primeira parada no caminho até Moray é em Chinchero, um povoado onde você conhece um pouco do artesanato local, bebe um pouco de chá de colca e assiste apresentações sobre como elas produzem as tintas que colorem sua "artesanía". De Chinchero seguimos para a parada principal do dia, Moray.

Chinchero


MORAY

As ruínas incas de Moray eram um dos locais que os incas faziam experimentações agrícolas. As experimentações agrícolas eram realizadas nos diversos níveis dos solos onde cada um deles proporcionava uma zona de diferente pressão e temperatura, sendo que eles sabiam exatamente qual era o microclima ideal para cada tipo de alimento cultivado. O formato circular foi dado para seguir o formato das montanhas da região, evitando uma depredação da natureza e riscos de erosão.

Moray


Moray


MOray


Moray


MARAS

Saindo de Moray seguimos para as Salineras de Maras, que estão localizadas na cidade que leva o mesmo nome. As salineras não tem nada a ver com a civilização inca. Famílias humildes da região são responsáveis por cuidar de seus próprios tanques, e o dinheiro arrecadado na venda do sal e dos ingressos aos visitantes são rateados por eles.

Mesmo à quilômetros de distância do mar, é possível produzir o sal, devido a uma nascente de água salgada que já era conhecida mesmo antes da chegada dos espanhóis. A passagem de água é bloqueada, percorrendo assim pelas piscinas rasas das salineiras antes de desaguar no rio Urubamba e formando uma das salinas mais impressionantes do mundo.


Salinas de Maras


Salinas de Maras

Depois de conhecer as Salinas, voltamos para Cusco. O tour do Valo Sagrado de Maras e Moray é mais rápido e você está de volta em Cusco às 15h da tarde, podendo aproveitar o resto do dia para conhecer um pouco mais da cidade.


SEGUNDO VALE SAGRADO - PISAC, OLLANTAYTAMBO e CHINCHERO

O segundo dia de tour começa um pouco mais cedo, às 8:30. Pegamos mais uma vez um ônibus com muitos outros turistas e desta vez tivemos uma sorte enorme, o guia mais sensacional da minha vida, me fez chorar, refletir e me apaixonar definitivamente pelo povo inca. Nunca vi alguém falar com tanto amor e valorizar tanto seu povo.

A primeira parada do dia, antes de chegar a Pisac, o primeiro vale a ser visitado, é numa feirinha de artesanato pouco depois que saímos de Cusco. Parada de uns 15min para quem quiser comprar algo, ou tirar fotos com os habitantes locais trajados tipicamente e llamas que estão ali estrategicamente com eles. E claro, pagar alguns soles por isso.


Llamas fofas!!!

A segunda parada é em um povoado, mais precisamente numa fábrica de pratas. O famoso momento "pega turista". Mas para quem não quer ver, muito menos comprar jóias caríssimas feitas de prata, tem a opção de andar um pouco pela feirinha que tem próximo, mas cuidado para não perder o ônibus, a parada é de apenas 15 minutinhos. :)

Artesanato em toda parte.

E, enfim, chegar a Pisac.


PISAC

Estima-se que esse sítio arqueológico foi povoado desde o século XI, inicialmente como um posto militar para se protegerem de invasores e, depois, tornando-se um centro cerimonial e residencial. Em Pisac as terraças agrícolas eram para o sustento dos moradores.

Os incas respeitavam muito a natureza, por isso, criaram essas terraças cercando as montanhas, a intenção era de reduzir ao máximo o impacto da interferência do homem na natureza.

O ponto de destaque de Pisac é o Templo del Sol, que servia como um observatório astronômico. E uma das partes que chamam bastante a atenção é o Cemitério de Pisac! Tratavam-se de buracos feitos nas montanhas, em que os incas eram enterrados.

Mas se você quer conhecer bem o Vale, prepare-se para andar e subir muito. Lembrando que isso a uma altitude de mais de 3000m.

Ruínas de Pisac

Terraças de Pisac

Ruínas de Pisac

Depois de conhecer as ruínas de Pisac, voltar para o ônibus e seguir para a quarta parada em Urubamba, almoçar e seguir para o mais impressionante dos Vales Sagrados, Ollantaytambo.


OLLANTAYTAMBO

Ollantaytambo é um exemplo vivo de cidade inca. Nunca deixou de ser habitada pelos indígenas e manteve sua estrutura urbana praticamente intacta, com pouca influência colonial. Situada em uma das extremidades do Vale Sagrado, Ollantaytambo é uma das mais belas fortalezas incas. O lugar testemunhou uma vitória histórica da resistência incaica sobre os conquistadores, logo depois da tomada de Cuzco.

Ollantaytambo foi uma cidade inca completa: contemplava templos religiosos, servia como base militar para proteção contra os invasores, centro administrativo e agrícola. Sendo assim era de garnde importância para os Incas, mais até que Machu Picchu. E confesso que foi o lugar que mais me impressionou.

Queria que uma foto demonstrasse a grandiosidade desse lugar.

Ruínas de Ollantaytambo

Ollantaytambo

Ollantaytambo


No topo do Vale Sagrado.

Depois de conhecer Ollantaytambo, a próxima parada seria em Chinchero, mas muitos turistas optam por seguir de Ollanta para Águas Calientes depois de conhecer o Vale. E foi o que fizemos. Há vários horários de trens que seguem para Águas Calientes, muitos escolhem o trem das 16:30, mas acho um pouco arriscado, pois pode haver algum imprevisto e não dar tempo de conhecer o Vale e ter que seguir para a a estação. Então é melhor optar pelo trem das 19h.

O Vale fecha às 17:30 da tarde, mas na cidade de Ollantaytambo tem outras coisas para conhecer, além de muitos restaurantes e cafés para passar o tempo até o horário do trem. A estação fica bem pertinho do centro, dá pra ir andando desde o vale Sagrado. Então, minha dica é tentar pegar o trem das 19h e aproveitar ao máximo essa maravilha que é Ollanta.




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