Camboja - 3 dias em Siem Reap, a cidade base para conhecer os templos de Angkor




O Camboja é um dos países que faz parte do roteiro de quase todo mundo que vai para o Sudoeste Asiático. Um dos principais motivos dos "mochileiros" de plantão é conhecer o fabuloso Angkor Wat, o maior complexo religioso do mundo, que fica na cidade de Siem Reap. A capital do Camboja, Phnom Penh, infelizmente, não fez parte do meu roteiro por falta de tempo, mas é uma cidade cheia de história e superação, que eu gostaria muito de ter conhecido.

O Camboja é uma das nações economicamente mais pobres do continente asiático, mas isso não significa dizer que "turistar" por lá seja barato. Foi um dos países mais caros que achei, o fato deles negociarem tudo em dólar, torna tudo mais caro.

A história de guerra do país é recente. a década de 70 foi, sem dúvidas, a época mais difícil e dolorosa para o Camboja. O país entrou em guerra civil depois que o General Lon Nol tomou o poder com um golpe militar, então, em 1970, o Camboja estava sob domínio da facção de esquerda Khmer Vermelho, que iniciou uma perseguição à população mais instruída, à elite econômica e aos opositores do regime político adotado. Esse período foi o mais sangrento da história nacional, estima-se que mais de um milhão de pessoas foram mortas nos campos de extermínio. Somente em 1986 foi iniciado um diálogo de pacificação no país, e, em 1991, ocorreu a assinatura de um tratado de paz entre as forças conflituosas no Camboja.

VISTO NO CAMBOJA

Brasileiros e europeus precisam de visto para entrar no Camboja. O visto pode ser comprado no momento da entrada nos aeroportos ou nas fronteiras terrestres. O valor oficial para o visto de turismo (uma entrada válida por um mês) é de U$30. Pode ser feito também pela internet, o que fica um pouco mais caro por causa das taxas, mas evita perda de tempo na entrada do país.

Solicitei o visto pela internet pelo site da embaixada do camboja, e em 3 dias estava no meu e-mail.

ONDE SE HOSPEDAR

A hospedagem no Camboja é muito barata, fiz minha reserva pelo www.booking.com, geralmente me hospedo em hostels quando viajo, mas como a hospedagem na ásia era muito barata, me dei ao luxo de me hospedar em lugares com mais conforto. Quanto a localização, o ideal é estar o mais próximo possível da Pub Street, que é a principal rua, cheia de bares e vida noturna, além de mercados e restaurantes.
Nos hospedamos no "Central Indochine D'angkor Hotel". Ótimo custo benefício, confortável, pessoal muito receptivo.

Hotel Central Indochine D'angkor

SIEM REAP- Dia 01

Chegamos em Siem Reap pela manhã, o último destino de uma viagem de 30 dias pelo sudoeste asiático. Aproveitamos para curtir um pouco o hotel e descansar e à noite conhecer a famosinha Pub Street, rua cheia de bares, restaurantes, casas de massagem, gringos animados, aquelas comidas esquisitas, bem parecido com a Khao San Road de Bangkok. Aproveitamos para jantar e conhecer o Hard Rock Café Angkor, e depois passear pelos mercados de artesanato do centrinho.



SIEM REAP - Dia 02 - dia dedicado aos templos de Angkor

Patrimônio da Unesco, Angkor foi a capital do antigo império Khmer entre os séculos IX e XV. Localizada a 5 km de distância do centro de Siem Reap. Os grandiosos templos Khmer eram construídos para serem morada dos deuses e apenas a elite religiosa e política do país tinha acesso aos recintos centrais.

O grande responsável pelo crescimento do lugar foi o rei Jayavarman II, que misturou a cultura budista à hinduísta na região. Angkor prosperou até o ano de 1431, quando a cidade foi invadida e saqueada pelos tailandeses. O povo que ali vivia foi obrigado a se deslocar para uma região próxima a Phnom Penh, dando origem à atual capital do Camboja. Com o esvaziamento, a cidade entrou em declínio e os incríveis templos de Angkor foram lentamente entrando em ruínas.

Apesar de abandonados, o local permaneceu sagrado aos locais e passou incólume até mesmo pelo trágico período do regime do Khmer Vermelho no Camboja. Hoje, cerimônias religiosas ainda ocorrem no interior de alguns templos, mas o principal vetor de atração de pessoas ao local é o turismo.

PRINCIPAIS TEMPLOS DE ANGKOR

O sítio arqueológico fica a 15 minutos de carro/moto de Siem Reap, a maior cidade da região e porta de entrada a quem quer explorar os templos de Angkor. Os templos, e em especial Angkok Wat, o maior deles, são a maior atração turística do Camboja e por conta disso, Siem Reap vive inteiramente em função do turismo.

Há várias opções para visitar os templos. só para ter uma ideia, a antiga cidade de Angkor possui mais de mil templos espalhados por seu território e você não conseguirá ver todos. Muitos estão deteriorados ou são afastados demais do restante, necessitando horas de deslocamento. Então se você não tem muitos dias na cidade pode escolher os principais templos e visitar em 1 ou mais dias.


Angkor Wat


Em meio à floresta do Camboja o Império Khmer construiu na antiga capital Angkor sua mais preciosa joia: Angkor Wat. Abandonado e desconhecido, o templo de Angkor Wat permaneceu habitado durante séculos apenas pelos monges budistas e alguns aldeões que nada sabiam contar de sua história para os ocidentais que ali chegaram no século XIX. Hoje é um dos destinos mais visitados no mundo.

Angkor Wat – ou "cidade templo", em sânscrito - é maior que qualquer catedral medieval e protegida por um fosso. O templo ergue-se nas regiões alagadiças no centro do Camboja. Sua altura é duas vezes maior que a da Torre de Londres, representando um dos maiores projetos de engenharia da história - não apenas pelo tamanho, mas por ter sido construído sobre água. Angkor Wat flutua sobre um pântano sustentado por diversas galerias subterrâneas. O local foi construído ao longo de 35 anos (muitas catedrais europeias levaram mais de 200 anos e são frequentes vezes menores que Angkor Wat).







Angkor Thom


Angkor Thom é um complexo murado, sendo a última e mais duradoura capital do Império Khmer. Dentro de seus muros, várias construções se encontram, como o famoso Bayon (que era o centro estatal do império) e o Terraço dos Elefantes.



Bayon

É um templo budista foi construído no séc. 12 também pelo rei Jayavarman VII, fica no meio da cidade de Angkor Thom. É famoso por seus gigantescos rostos de pedra, são mais 200 rostos.



Ta Phrom

Conhecido por ser cenário do filme Tomb Raider, o templo Ta Prohm possui raízes entrelaçadas em toda a sua estrutura do monastério budista do séc. XIX. Ta Prohm é dos monumentos mais misteriosos e provocativos de todos os templos de Angkor, no Camboja.

Com significado de Ancestral de Brahma, foi um monastério budista durante o reinado de Jayavarman VII, no século XIX, retratado nas quatro faces talhadas na pedra da Face Tower, na parte oeste. Durante o período colonial, os franceses iniciaram a restauração do templo, mantendo as características nas quais foi encontrado: com raízes gigantes entrelaçadas por todas as suas estruturas, apenas escorando as paredes e com pequenas aparas da densa selva.

Angkor Wat faz parte do complexo conjunto de templos construídos na zona de Angkor - a antiga capital do Império khmer - durante a sua época de esplendor, entre os séculos IX e XV. No local foram encontradas mais de mil ruínas de templos com diversos tamanhos e estilos; no entanto, Angkor Wat é o mais imponente e famoso, sendo considerado o maior monumento religioso e tesouro arqueológico do mundo.

Tomb Raider tree, de onde a personagem Lara Croft passa por uma de suas mais dramáticas cenas, ao sair pela porta abaixo desta enorme árvore


QUANTO CUSTA VISITAR OS TEMPLOS DE ANGKOR


São vendidos em uma bilheteria logo na entrada de Angkor. Você pode escolher entre 1, 3 ou 7 dias de visita, lembrando que eles não precisam ser usados em dias consecutivos. Na hora da comprar eles tiram uma foto sua, e o ingresso vem impresso com ela, assim ele não pode ser usado por outra pessoa e em todos os templos o ingresso é solicitado.


Preços por pessoa:
1 dia – US$ 20
3 dias – US$ 40
7 dias – US$ 60


SIEM REAP - Dia 03- Chong Khneas- uma vila flutuante próxima a Siem Reap.


Os vilarejos flutuantes são complexos habitacionais construídos sobre palafitas em regiões ribeirinhas. Esses vilarejos abrigam centenas de pessoas, das quais boa parte são crianças, que vivem em uma situação muito, muito precária. Os vilarejos vivem em completo isolamento e para chegar até eles é preciso pegar um transporte desde Siem Reap que leva uns 40 min, fomos de Tuk-Tuk e pagamos 18 dólares ida e volta. Além do transporte terrestre o acesso até a vila é feito barco, que segue pelo rio até chegar na cidade flutuante. o barco custou 20 dólares por pessoa. E depois para fazer o passeio no barco menor, mais 5 dólares.






O que achei do passeio às vilas Flutuantes? Bem, a minha expectativa era outra, mas como fomos em época de seca, as "palafitas" estavam bem distante do rio, e não deu pra conhecer tão de perto a vida da população. Mas deu pra ver de perto a pobreza e as condições precárias em que vivem. E, não, não é legal chegar perto dessa realidade. O "passeio" de barco é super caro, analisando as condições em que é feito e o que é proporcionado, 25 dólares no total, além o transporte de tuk-tuk para chegar até lá. Se tivéssemos a certeza de que esse dinheiro serviria para ajudar as famílias que ali vivem, estaria satisfeita e feliz, mas vendo as condições que estavam, com certeza não, as famílias não são "tão" beneficiadas com o turismo.

O Camboja foi um país muito importante no meu roteiro, gente hospitaleira, gentil e humilde, que vê no turismo uma oportunidade de reestruturar o país.