La Paz, a capital mais alta do mundo.


Depois de 17 dias viajando, chegamos ao nosso último destino, a capital mais alta do mundo, Nuestra Señora de La Paz, mais conhecida como La Paz. A cidade está situada a 3.660m de altitude, possui cerca de 2.100.000 habitantes e mantém até hoje sua cultura indígena que encanta a todos por suas lindíssimas cores.

Embora Sucre, seja legalmente a Capital do País, La Paz é sede do Governo da Bolívia desde 1898, sendo assim é considerada a capital administrativa. Está localizada entre um gigantesco vale e é rodeada por montanhas, ainda pertence a Cordilheira dos Andes.

Passamos 3 dias nessa distinta cidade e não faltam coisas para fazer na capital boliviana. Para fazer os passeios mais distantes e mais, digamos, aventureiros, precisaríamos de mais dias, mas como já estávamos mega cansadas, e a grana já estava acabando, optamos por city tours independentes e próximos à cidade.

Chegamos à La Paz, vindo de Copacabana, pegamos um ônibus meio "tosco" de 4h de viagem e que custou 40 bolivianos (+- 20,00 reais). O ônibus saiu de Copacabana às 18:30, o outro horário disponível era as 13:00h. E o trajeto que seria o mais rápido de toda a viagem , acabou sendo o mais estressante. Pouco depois de sair de Copacabana, o motorista (nada delicado), para o ônibus e grita: "Desçam, vamos cruzar o lago de balsa". OI? Como assim, produção? Acordadas no susto e sem entender nada pensamos coletivamente: Para onde esse ônibus tá indo? Pegamos o ônibus certo? Lago? Oi? (kkkk). Todo mundo do ônibus ficou meio sem entender. Mas enfim, descemos e cruzamos o Lago em uma balsa, e o ônibus em outra. A travessia nos custou 2,00 bolivianos e o susto de estar numa cidade mega estranha, numa noite fria e procurando aquele ônibus que estaria com nossa bagagem, não teve preço.

Chegando em La Paz, e ainda no terminal pegamos um taxi, que nos custou 30,00 bolivianos, o taxi mais caro da viagem. E o motorista ainda falou que o Hostel era longe. Mentira, no outro dia fomos andando até lá comprar uma outra passagem até Santa Cruz de La Sierra e era tranquilo de chegar (apesar das ladeiras)

Nos hospedamos no Wild Hover La Paz , um hostel "Party" Irlandes, localizado no centro de La Paz. Pra quem gosta de Hostel com festas, ele é o mais badalado da cidade, mas pra quem quer descansar, é melhor procurar outro Hostel (rsrs). Mas posso dizer que amei a "vibe" do lugar, gente de todo o mundo, e muita balada louca (hahaha).

Nossa chegada foi à noite em La Paz, então apenas nos alojamos, e descansamos, porque depois da viagem "punk" que tivemos, só queríamos uma cama quentinha para descansar e começar a desbravar a cidade no dia seguinte.


O que fazer em La Paz?

1º dia!


Optamos por conhecer a cidade andando, além de mergulhar na cultura local, iríamos nos livrar do caótico trânsito da capital. E conhecer a cidade à pé é muito simples, o que que não é lá muito fácil é combater a altitude e suas ladeiras. Um amigo perguntou se eu senti muito a altitude, e eu respondi que só quando tinha uma ladeira no caminho (rsrs). E seguramente é o mais tem, a cidade é cheia de morros e quando você pensa que está num ponto alto, você se depara com uma ladeira e percebe que está só começando. rsrs



PLAZA MURILLO

Pegamos nosso mapinha, amigo importantíssimo, e seguimos para os pontos mais próximos ao Hotel. O primeiro deles foi "Plaza Murillo", que é o principal espaço público da cidade, seu nome é em homenagem a Pedro Domingo Murilo, patriota boliviano e precursor da independência do país. No meio da praça há um monumento que imortaliza a memória dos combatentes mortos na revolução. Lá é como se fosse um dos centros da cidade e é a praça principal de La Paz, onde se encontra o Parlamento da Bolívia e a Catedral da cidade. É também o marco zero, de onde se medem todas as distâncias.

Vista da Plaza Murillo com o Parlamento da Bolívia ao fundo.

Plaza Murillo, marco zero da cidade de La Paz.



PLAZA SAN FRANCISCO

Depois de conhecer um pouquinho do centro Seguimos para a Plaza San Francisco, onde está a Igreja e Convento de São Francisco. Construída no século XVIII, é o principal monumento da época colonial e hoje em dia o convento é um museu, o Centro Cultural Museo San Francisco, que exibe obras de arte da época colonial. Está em uma parte bem tumultuada da cidade, no centro comercial, cheio de vendedores ambulantes, lojinhas cheias de tranqueiras, trânsito estilo "vença o mais cara de pau" rsrs.

Vista da Igreja e Convento São Francisco


Museu São Francisco


MERCADO DE LA BRUJAS ou MERCADO DE LA HECHICERIA

Próximo a essa região, em uma das travessas da "Calle Sagarnaga" está um dos atrativos, digamos, mais curiosos da cidade, o "Mercado de las Brujas" ou "Mercado de la Hechiceria". É um lugar exótico, uma rua cheia de artesanato (inclusive o melhor lugar para se comprar lembranças bolivianas em La Paz), mas dentre esses artesanatos há produtos nativos, plantas que eles dizem ser medicinais, amuletos, oferendas, ervas, e elementos que formam parte dos rituais "Aymará". Aqui no Brasil chamaríamos de macumba mesmo (com todo respeito, rsrs) mas o lugar era um tanto quanto assustador à primeira vista. Os viajantes são surpreendidos ao encontrar itens como fetos de llama mumificados. O Aymara acredita que se você enterrar algum deles em sua casa, é uma maneira poderosa para trazer bençãos para sua família.

Mercado de las Brujas

Cabeças de llama pra fazer oferendas, pozinho mágico pra fazer "mandinguinha", muita coisa estranha nessa rua. rsrs


Calle de las Brujas


TELEFÉRICO LINA VERMELHA - (MI TELEFÉRICO)

Seguimos dali para uma das mais recentes atrações da cidade, que na verdade serve para a população, mas que todo turista de carteirinha precisa conhecer, uma boa oportunidade de conhecer os extremos da cidade do alto. São 4 linhas de teleféricos que o governo criou para facilitar a vida da população que vive nos morros, e uma belo atrativo para nós turistas. Escolhemos a linha vermelha, pois era mais central e teria a melhor vista. O boleto para subir custa 3,00 bolivianos e mais 3,00 bolivianos para descer. O que tem lá em cima? Nada, hahaha! Mas foi bem legal a sensação de ver as amigas com medo, e ainda admirar a cidade do alto.

Sorriso de alegria e mão gelada de medo. hahaha

Cidade com casas sem "acabamento" o que seria feio e pobre traz a peculiaridade.

A cidade iluminada!



VALLE DE LA LUNA


E para finalizar o dia, em um ponto um pouco mais distante da cidade, à 10km ao sul do centro de La Paz o "Valle de la Luna". Lugar incrível, com formações rochosas que lembram a superfície da lua. Aliás, o próprio Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, teria dado nome ao lugar devido à sua semelhança com a mesma. Para chegar lá, pegamos uma van em frente a estação do teleférico linha vermelha, que nos levou ao outro lado da cidade. Pedimos informações e seguimos.
A entrada custa 15,00 bolivianos (+- 8 reais). E lá você tem a opção de seguir por duas trilhas, uma de 45min e outra de 15min, ambas bem sinalizadas, com placas que indicam cada lugar e como se chamam. Optamos pela trilha de 45min para explorar bem cada lugarzinho.

Encontrando lugares fantásticos.


Valle de La Luna


Amigas, parceiras!


2º dia


SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE TIWANAKU


Bom, teríamos várias opções para esse dia, que seria o nosso último para aproveitar a cidade, pois no dia seguinte, o horário do ônibus que seguiria para Santa Cruz de la Sierra para pegarmos o voo até o Brasil seria às 12h da manhã, então não daria tempo de fazer nada. Ir de avião seria uma opção, mas o valor era 5 vezes maior, então encaramos um ônibus de 19h até Santa Cruz de la Sierra (molezinha)

Sem contratar empresa alguma, seguimos no "perguntômetro" de como chegar ao Síteo Arqueológico de Tiwanaku, uma civilização pré-colombiana, um período anterior à chegada dos espanhóis e portugueses à América do sul. Estiveram ali muitos anos antes dos Incas. Há muito mistérios e teorias sobre o lugar, o que faz de Tiwanaku uma das civilizações mais importantes e intrigantes do mundo. Há indícios que sua origem foi por volta de 1.500 a.C. Alguns consideram essa civilização tão misteriosa quanto as pirâmides do Egito.

Está à 3.800 metros acima do nível do mar, próximo ao lago Titicaca, no altiplano boliviano. É considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO, sendo administrada pelo governo boliviano. O lugar, que ainda passa por processo de escavação, encontra-se em bom estado de conservação, mesmo tendo sido saqueado e sofrido nas mãos dos espanhóis na época da colonização.

Para chegar lá seguimos ao teleférico linha vermelha, de lá na primeira parada cruzamos por dentro do cemitério e em frente a ele saem as vans que levam por 15 bolivianos até o sítio. Cerca de 2h até lá. A entrada custa 80 bolivianos (+- 40 reais) e ao chegar lá, junto com o pessoal que estava na van, contratamos um guia. O que super aconselho, pois ir no local e não conhecer a história, fica super sem graça.

Portal do Templo de Kalasasaya - É o templo mais antigo de Tiwanaku

Porta do Sol. É o monumento mais famoso de Tiwanaku e está no centro da cidade histórica.


Templo subterrâneo

Estátuas representando as cabeças dos sacerdotes


Para os aventureiros de plantão, há muitos outros atrativos em La Paz.

ESTRADA DA MORTE - DEATH ROAD- CARRETERA DE LA MUERTE

É uma das estradas mais perigosas do mundo e liga a região do altiplano à região dos yungas. Hoje há uma opção asfaltada, o que eu diminui bastante o tráfego de carros ali, tornando-a atrativa mais para os "bikers" de plantão.
É um passeio seguro se feito com agências especializadas e os preços variam de acordo com a qualidade da empresa e seus equipamentos. O tour começa às 7h da manhã até as 19h da noite, e as empresas servem as refeições. As vans levam até o ponto máximo e a decida é feita de bicicleta.

Carretera de la muerte


MONTE CHACALTAYA

É um pico da Cordilheira dos Andes de 5.421m de altitude e está a cerca de 30Km de La Paz. Neste pico está a estação de esqui de maior altitude no mundo.

Monte Chacaltaya


La Paz, e a Bolívia como um todo, é uma cidade bem pobre. E isso é facilmente percebido logo no primeiro instante. É suja, confusa, tem um trânsito daqueeeeles, com direito a carros velhos, motoristas barbeiros e irritados que buzinam por todo e qualquer motivo, e até mesmo sem motivo algum aparente! Há até quem diga que La Paz é uma cidade feia. Pode até não ser das mais bonitas, fisicamente falando, mas feita também não é. A beleza de La Paz está muito mais ligada à sua cultura! E nisso ela é imbatível! Mas pra perceber isso, é preciso se despir de preconceitos e ir lá, ver, presenciar, sentir, experimentar!

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